quarta-feira, 15 de abril de 2009

Angola 3

Passaram-se 3 dias após o domingo de páscoa.
Está um calor de morrer... destilo por todos os poros. As picadelas dos mosquitos ardem... sinto-me completamente esbodegada...
África é dura... exige de nós tanto que a moleza instala-se...
Na madrugada de sábado para domingo, pelas 4 horas da manhã, "passeava-me" nas ruas de Luanda. Claro que não estava sozinha. Quase ninguém mas ruas, mas sons de festa um pouco por todo o lado... se tive medo? Nenhum... mas quem ia comigo - não revelo - riam-se e diziam que era um pouco arriscado... Um calor abafante... sem brisa alguma, sem um ventinho refrescante... só a quentura tórrida que na europa não temos ocasião de experimentar, nem naquelas tarde de Agosto em plena planície alentejana.

Não tenho nada de importante para dizer... se calhar tenho muito e não sei por onde começar, nem como começar... a modorra aperta...

Tenho lido muito, bué mesmo...
Tenho acompanhado em deferido das notícias da pátria e algumas vezes em directo as daqui.

Só sei que há crianças a morrer de malária e que esta doença continua a atacar sem que haja vacina que ponha termo a esta hecatombe...
Quando é que os grupos farmacêuticos, os laboratórios apostam em investigação credível que possibilite a descoberta da vacina para este mal endémico em África?

Eu sei que aqui está tudo por fazer em termos de educação e de saúde pública... é preciso um trabalho ciclópico ... mas " às crianças, senhor, porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim!..."a falta da vacina enfraquece as pessoas. Ou será que, para o mundo, é bom que haja um continente doente, onde todos os males parecem acontecer!...

Na verdade hoje pareço muito desiludida... talvez esteja .... a vida é dura por aqui, este povo sofre ... talvez seja o calor que me deixa assim ... talvez seja a realidade que me cerca e a impossibilidade total de agir ... talvez tenha deixado de acreditar em utopias e tenha mergulhado na verdade do quotidiano ... talvez já nem consiga acredita no Yes We Can, mas sim, vivemos cada dia e cada dia temos de nos levantar para continuar vivendo...
Teimosamente gostaria que tudo fosse diferente e que toda a gente tivesse condições dignas de existência, o que, escrito no local onde estou, parece a máxima das utopias.

Fazer como? não sei... sou estrangeira neste país e não estou aqui em missão de beneficência, antes de estudiosa de uma realidade já passada ... mas sei ver ...

fico-me por aqui, nesta tarde quente, quente africana.

1 comentário:

  1. Oláaaaaa!
    Volta e meia venho espreitar a ver como andas!
    Aguenta o calor e os mosquitos....hihihi!zzzzzzz
    Ai que nunca aí posso por o pé, por causa desses mafaricos de asas!
    Cumprimentos ao Adelino.
    Beijinhos e porta-te bem

    ResponderEliminar