quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Daqui a pouco estou a apanhar o autocarro para o Porto.
O dia está quente... um verdadeiro dia de uma primavera anunciada.

Os trabalhos estão prontos, encadernadados, prestes a serem entregues...
Comentado, comentado será hoje, na sessão de orientação, o plano da tese... o que terá de ser modificado, melhorado... não sei... esperamos para ver.

Depois de tantas páginas escritas, caí num marasmo indescritível... traçar umas linhas parece uma tarefa ciclópica.
E agora, assaltam-me todas as dúvidas e sinto que pus a fasquia bem alto, sem saber se lá vou chegar ou se o tema que estudo tem a relevância necessária... se, se, se ... assaltam-me todos os ses...

mas não há já caminho de retorno e tenho, por tudo, de seguir em frente. Até pela sabática...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

às quatro da tarde deste dia 18 de Fevereiro, estou completamente esvaída e o texto historiográfico por acabar... e eu em ter pressa de o dar por findo... não sei como resistir ao sol que brilha lá fora, quando na sala onde estou estou a trabalhar o frio de inverno ainda não se dissipou... começo a estar farta de tanto recolhimento... ninguém quer tomar um chá comigo... aqui em casa não, por favor, lá fora, de preferência numa esplanada?... é que este solitário chá de verbena que tenho em cima da mesa onde assentam também os computadores, apesar de quente tem um travo gélido...
mas alguém quer tomar um chá comigo e fale de outras coisas que não os movimentos de libertação e a guerra colonial em Angola?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Bacantes II

Bacantes II

Não havia um piano longo na sala escurecida
Nem o rapaz triste tocava no violino um melodia antiga
Era só um dia chuvoso num inverno frio e comprido
E o calor da lareira de canto ridiculamente de canto naquela sala com ar antiquado, piroso mesmo
Convidava a uma bebida mais demorada
uma bebida quente que deixasse marcas avermelhadas nos dedos longos despretensiosamente nus

Não estava vestida de lamé a que um comprido colar de pérolas conferia um ar remotamente distinto
Nem sequer o decote em bico deixava entrever o arredondado do seio moreno
Estava unicamente mergulhada na bebida fumegante
Sentada junto a uma lareira de canto numa sala antiquada de café de província

Não precisava do piano de cauda
Do copo de cristal com um vinho recomendado nas páginas das revistas mais exigentes
Do som triste do violino tocado pelo rapaz de olhar distante e comprometido
Não
Não precisava de nada para naquele momento
Encarnar uma deusa distantemente distanciada dos mortais
Que adoravam baco servindo-se de bacantes escravizadas.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

esquisito

o texto anterior ficou de duas cores.
deixá-lo.
fica assim
é uma coisa estúpida, mas fica assim

porque hoje é 14 de Fevereiro

hoje dia 14 de Fevereiro, no calendário litúrgico, dia de S. Valentim. Para um culto que denominarei como religio-profano, Valentim (não sei quem era, mas deve ter vivido nos primeiros séculos do cristianismo. podia fazer uma busca rápida e saber quem tinha sido, mas não me apetece de todo) é o patrono dos namorados, dos apaixonados, dos amantes, porque não.
nos meios de comunicação aparecem coisas lamechas sobre o assunto, que me deixam perdida de todo... não é preciso tanta merdice para o acto de amar... é que apesar da crise horrorosa em que estamos todos mergulhados, este dia ainda pode ser benéfico para o comércio, das floristas, das pastelarias, dos supermercados..., las lojitas de generalidade e peluches, não sei como se chamam...
Uma coisa que me está a irritar é estar e escrever sobre uma lista amarela que não me abandona nem por nada. quase como um sorriso sarcástico: pois, pois, estás assim, porque estás sozinha.
Está bem, a pessoa que compartilha a vida comigo, compartilha-a de muito longe a sete mil quilómetros de distância, mais coisa menos quilómetro. O Oceano Atlântico e meia África estão de permeio. Eu sei, mas não foi a solidão consentida que me fez olhar com desprezo para estas comemorações (agora também se comemora tudo pelo que nada tem já significado. é o preço da banalização). Aliás, este romantismo bacoco de centro comercial causa-me alergia. Não que não goste que me ofereçam flores, gosto e até gosto de flores naturais nas jarras, mas nunca num dia de um valentim santo... e terá sido elevado ao altares por ter amado muito?
responda quem sabe.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

nada de importante

os dias correm e o texto nunca mais termina.
A documentação é muita... há que escolher e não repetir ideias nos vários itens.
estou cansada, com a cabeça oca e sem vontade de pensar.
quero aterrar no sofá com um até amanhã
pode ser que amanhã apareça com outra vontade e outras ideias...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

sobre a saudade

Hoje, ao fim da tarde a G enviou-me um mail. um power point com o título saudade e escrevia que não suportaria (sic).
Não costumo ligar muito, mesmo nada, a essas coisas que circulam pela net e inundam as nossas caixas de correio (apetece-me chamar assim). Às vezes surgem paisagens belíssimas, outras vezes coisitas que pretendem ter graça, outras sexualmente desprezíveis, para não falar do que hoje não me apetece falar e por isso não vou referir...
Mas hoje a G, mandou-me aquele mail... confesso que fiquei tocada. lamechamente tocada, com um aperto no coração e os olhos quase rasos de lágrimas... o título estava a meu ver mal escolhido.
O texto e as imagens sugestivamente a preto e branco eram sobre perdas, as perdas que vamos coleccionando ao longo da vida, outras vidas que se afastaram inexoravelmente e a facilidade com que deixamos que os outros, aqueles outros que estiveram tão perto, partam para sempre, sem terem colocado um ponto final, se desvaneçam, restando unicamente em fotografias já gastas. e não me refiro aos mortos, àqueles que partiram para o não regresso. referi-me a todos aqueles que compartilhando as nossas vidas, delas saíram sem fecharem totalmente a porta. Onde estão agora? Não sabemos, como também não sabemos como haveremos de reatar o nó fatalmente desapertado.
Já tanta gente se cruzou connosco, mas só com alguma fomos felizes, ou até infelizes, até sofredores, mas de um sofrimento que alimenta, que faz crescer.
Já tanta gente passou por nós e nós não demos conta, não porque estivéssemos distraídos, mas aquela não era a nossa gente, porque de entre tanta gente que connosco se cruza, só uma parte ínfima passa a ser nossa.
E a perda diz respeito a essa imensa minoria que nos animou a vida, que nos ajudou a ser o que somos. Onde está ela?
No baú das memórias que entreabrimos quando a solidão dos dias é por demais pesada.
Também se vive de recordações e a sabedoria consiste em ter saudade do que nos fez feliz sem ficar irremediavelmente preso a esses momentos irreptíveis, mas ter força e coragem para fazer de mais momentos esses momentos únicos.

A todos os meus amigos, estejam onde estiverem, obrigada por me deixarem fazer parte das vossas vidas...

Há dias assim, nostálgicos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

não quero título

o dia amanheceu com sol e com sol esteve até ao final do dia que adormeceu frio, o que é normal em fevereiro.
mas não é sobre o tempo que quero falar... nem sei bem sobre quê... não quero falar sobre a tia manela do psd que, como não tem qualquer projecto, antes a maledicência duma direita caceteira (também há maledicência à esquerda, eu sei, mas dessa falarei noutra altura, aliás já a abordei... e eu não sou do PS, para que conste). Dizia eu que a tia manela veio cheia de pompa e circunstância a meia tarde, mais ou menos na hora do five o'clok tea, anunciar, em directo e nos canais por cabo, a realização de um fórum itinerante que denominou Portugal qualquer coisa de verdade... dogmatismo do caraças! então, vivemos num país virtual é? não sentimos todos os dias as dificuldades do momento? Eu por acaso até sou privilegiada, por acaso não sinto, mas sei o que se está a passar por esse país fora, por esse mundo fora...
a senhora não tem qualquer ideia naquela cabeça... só números e mesmo assim não sei se bem certos.
eu sei que não gosto nada da tia manela... como ministra da educação, que bem conheci, era um susto, para além de teimosa, cínica, impertinente, rasando a má-educação e, além do mais, completamente incompetente relativamente às escolas e à educação. um horror... também estava ali a fazer o trabalho sujo que o cavaco lhe mandou fazer ... coitada da senhora, presta-se a cada figurinha. e agora que já é quase septuagenária, mete dó... e é isto e outros assim que são a reserva moral laranjinha? está bem... prefiro a depravação a esta beatice parola.
bem o fórum será itinerante. pode ser que depois de muitas sessões com militantes de base, a senhora, lá quase a rasar o outono, tenha compilado dados para a escrita do seu projecto, do projecto com que se vai apresentar as eleições. será, ou sucumbirá às mandíbulas de alguns tubarões do partido que pensa coordenar? liderar é que não.
sobra, até ver, o Pedro Passos Coelho. é jovem, bonito, bem parecido, com uma voz de morrer... fica optimamente na fotografia... mas as ideias que defende são próprias destes tempos de crise e de cortes epistemológicos com o modelo passado? o neoliberalismo já foi e ainda não foi encontrado o novo modelo estruturante.... andamos todos, mas todos, a experimenciá-lo... logo, quando contiver já elementos da destruição, aparecerão reflexões profundas, tratados sobre... enfim... vivemos num paradigma com estruturas explicativas de um outro que já falhou... e o pedro, onde se posiciona? gostava de saber já que acredito que a tia não tem nem capacidade, nem sabedoria para ter qualquer posição sobre a coisa
disse.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

agora é sobre escolas

Sempre gostaria que alguém me explicasse porque é que uma porcaria de uma reunião de DT se prolonga por mais de três hora?
Os assuntos são quase sempre os mesmos, então quando as reuniões intercalares, os ... esqueci-
-me do nome, os planos de recuperação e os planos de acompanhamento, queria dizer, já fazem parte do dia a dia de um dt e de um professor que não seja dt.
Eu já fui coordenadora dos DT (este ano a sabática dá-me umas férias bestiais dessas coisas das escolas) e, caramba, com gente experiente como aquela, com documentos internos que funcionavam, com uma ordem de trabalhos gerida com algum jeito, os dt estavam no remanso do lar e a jantar com as famílias (se vivessem perto), no máximo por volta das 20h30m.
Mesmo tendo o nariz empinado, metaforicamente falando, fama de ser mandona e muito, como dizer quando se dirige alguma coisa, no caso uma reunião, com mão assim um pouco férrea, os coleguinhas têm saudades minhas... pelo menos alguns, que eu sei.
Ora, dirigir uma reunião com um plano bem definido, não deixando que o diálogo divirja para outros caminhos que não o planificado, é o que tem de ser feito se se quer que as coisas avancem e não continuar no registo genuinamente português de enrolar, enrolar, enrolar, falar de pormenores e de formalismo para não se ir à essência das coisas, à verdadeira resolução dos problemas e ao acerto das medidas que devem ser tomadas.
Pois muito bem, e assim passam os professores horas e horas nas escolas. Têm razão quando se queixam, mas devem ser eles (nós, que eu também faço parte da confraria) a procurar que as coisas sejam mais céleres, mas não menos eficazes, muito pelo contrário, porque muito mais inteligentes.
Disse
por hoje
ufa

domingo, 8 de fevereiro de 2009

é domingo

Já estamos em tarde de domingo, dum domingo frio de Fevereiro, com muito nevoeiro e ameaça de chuva.
Precisávamos de sol , dum sol como o de ontem, gélido, mas brilhante, nesta cor pálida e intensa de Inverno.
Ora bem
Ontem e hoje o BE está em convenção... o são francisquinhos das esquerdas será novamente entronizado no altar laico da dita "esquerda revolucionária". Não tenho nada contra ela. também foi o meu poiso e, francamente, não sei se ainda é. Tem dias, tem aspectos, tem estratégias, tem formas de pensar... mas o BE cresceu depressa de mais (há dez anos o slogan era "o que é pequeno cresce...), envelheceu depressa de mais... institucionalizou-se tão instititucionalizado que tem tiques de um partido antigo... também a matriz é velha, anquilosada, o estalinismo não desapareceu de todo. Nem podia desarvorar... faz parte da genética da sua fundação, ou pelo menos de parte desses fundadores...
Eu não gosto do Louçã, ponto! não me convence, ponto! nunca me convenceu! não gosto daquela postura hierática, dum moralismo entediante, não fora de moda, mas entediante, muito glosado numa direita reaccionária e oportunista saudosista do ditador de sta comba dão, aqui desta beira alta onde habito.
Não gosto, ponto e nem sei se as questoes ditas fracturantes, são assim tão fracturantes (nome horrososo, a lembrar talas, gesso e muletas), ou fruto da lenta progressão das mentalidades, que não são nem de esquerda, nem de direita. são da vida.
Não gosto da direita reaccionária, beata, falsamente modesta, falsamente ordeira, falsamente moralista. Não gosto mesmo nada. Deixando marcas neste país de funcionarite aguda e de cunhas e cunhinhas para tudo e para nada, quer armar-se em pura virgem escandalizada...
Gosto a esquerda, gosto... mas duma esquerda bem mais libertária que a que está a fazer escola no BE.
Adiante...
Há gente constipada, com tosse, febre, espirros, a que um xarope de cenoura e um ponche quente com mel e pingos de limão estava mesmo a calhar.
Há gente a trabalhar, naquilo que lhe dá gosto, um gosto pleno.
Há gente a ter de trabalhar e a não conseguir
Há gente a querer trabalhar e a não poder porque o capitalismo diabólico das últimas décadas deu cabo de tudo (explicação mais do que primária, mas hoje não estou disposta a mais) para que bolsos dessa outra direita muito fina e urbana pudesse ficar cheios e cheios do suor dos outros fazer aplicações em negócios que nunca ninguém compreendeu, nem ela própria, tal era a pirâmide de imbecilidades que forjou.
Agora, nesta época de crise, pode ser que consigamos fazer da vida uma outra coisa...

E neste domingo frio e cinzento, vou preguiçar (jiboiar, dizem em Angola) para amanhã, num dia igual a este frio e cinzento, conseguir escrever o texto que me ocupa os dias.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

sobre a inspiração

Diziam-me à bocado que os grandes compositores escreveram grandes obras em estados de grande exaltação do amor ou de amores não concretizados, simplesmente idealizados em que a coisa amada era ou estava inacessível. Beethoven foi um desses compositores..
Talvez ... quem sou eu para duvidar
De certo modo a inspiração, para qualquer coisa que seja necessária, comporta uma grande dose de emoção, de adesão àquilo que se transformará num objecto, o que não se passa somente com os compositores.
Pessoa dizia que o poeta é fingindor, fingindo uma dor que sem ser sua, sua passa a ser. O Poeta não escreveu bem assim, mas a ideia é esta. Daí que eu tenha para mim que a dor dos outros (mas também o êxtase, a felicidade, a revolta, o choro e o riso) pode também ser minha e a partir dela, sem que directamente a sentisse, sentindo-a verdadeiramente, a transfiguraria num objecto que, por acaso, utiliza as palavras como suporte
No fim de contas será este estádio híbrido, misticamente indefinido, entre a razoabilidade e a emotividade que nos faz acordar todos os dias e todos os dias, inspirados ou não, fazer da vida esse acto único que é o acto de viver... e, por vezes, tão difícil que é.... dá gozo, prazer, raiva e alegria... produz encontros e desencontros, gargalhadas e lágrimas, abraços e encontrões... é exuberância e angústia, amor e ódio... mas é a vida vivida, mesmo quando aterramos no fundo de um sofá cansado e, quase inertes, deixamos passar os minutos que se transformam em horas de uma preguiça displicente, porque também é tão bom não cumprir um dever...
Mas o dever parece que me estar a chamar para outros caminhos e outras inspirações que não este de escrever num blogue com o título proocadoramente contraditório eva contra maria.
Não, não estou a ser a maria diligente, antes a eva rebelde que da rebeldia faz o estandarte da escrita.
disse

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

sem título

mudei de poiso e o jazz emudeceu. esqueci-me de substituir o cd.
vi, de passagem, alguns flashes de notícias.
o Obama está a ter dificuldade em constituir equipa e tudo por razões de fiscalidade incumprida. Afinal não era só cá que todos os que podiam fugiam ao fisco. as obrigações que cada um, como cidadão tem de cumprir, são de aplaudir e de defender quando aplicadas ao outro, o outro que ao nosso lado tem de ter um comportamento irrepreensível, não eu, e então o eu que pertence ao clã dos vencedores, à nata dos dirigentes ou potenciais dirigentes, pode ser um relapso, aliás faz bem ser relapso ... o estado social faz-se com os outros, não comigo, não comigo, não comigo... mas eu sou um sério e honorável cidadão ... o pior é quando as coisas passam para o domínio público e uma vaga de moralidade varre a sociedade. não cá, lá, no país que elegeu o Obama com risos e lágrimas nos olhos da utopia quase realizada. Pois, mas o dia a dia é difícil e os heróis são gigantes de pés de barro...
aqui, o helder do cds, que vive cá no meu burgo e aqui deu os seus primeiros passos políticos, daí que ser do cds é normalíssimo, mas também podia ser laranjita, falou da coligação do cds ( a propósito, perdeu o PP. já não é popular e o paulinho deixou de se perfumar pelos aromas das feiras, mercados e bancas do país?) com o psd para a câmara da capital do "império" perdido e bem perdido, só tardou pela demora... também se tivesse sido antes, perdia o tema da minha tese de doutoramento. está bem, é preciso ser-se masoquista e voltar ao sítio onde não se foi assim tão feliz... mas a vertigem do poder é tão grande que os mesmos, sempre os mesmos, mais velhos, cheios de brancas e pés de galinha, gaguejando já um discurso estafado, poem-se em bicos dos pés para que os holofotes das luzes da ribalta ( e que ribalta? pastosa, pantanosa, fétida) lhes ilumine os rostos cansados, porque a mente há muito que caducou.
dá até ideia que eu abomino a política e tenho essa ideia bem portuguesinha e rasteira que a política é uma coisa horrosa, suja e que, segundo o bom jargão do salazarismo "a minha políticaé o trabalho", uma máxima óptima num tempo em que a discussão e a divergência não era permitida... contudo discutias-se a havia quem achasse a política e a luta de resistência uma causa nobre.
pois é, mas eu gosto de polítca e muito. a minha tese é de história política.
mas política com P maiúsculo, a política ligada à dignificação da coisa pública, do bem comum, da responsabilidade e da co-responsabilidade, da subsidariedade. a política séria, mas alegre porque a alegria faz parte da vida e das utopias.
abomino a rasteirice, o golpe baixo, a discussão de trivialidades e de formalismos bacocos...
mas é assim
despedimentos, despedimentos, desempregos, falências... eu tenho uma ideia sobre isto.. um destes dias escrevo a minha opinião, e no parlamento discussões que me parecem estéreis, as imagens que os meios de comunicação emitem a isso levam a crer. de propósito... acho que sim... é a teoria da conspiração... talvez, mas que em política se conspira, disso não tenho dúvida nenhuma. por isso, yes we can't.
está a começar a trovejar neste inverno inclemente

não quero título

sei que é cedo ainda.
Passam 23 minutos, mais coisa menos coisa, das cinco da tarde.
seriam horas de um chá, de preferência verde, na medida certa de um bule para dois. mas não é. e apesar de ainda ser cedo, estou a bebericar (é assim que se diz, bebendo em pequenos goles,tragos de passarinho?) um licor de café que encontrei perdido entre as garrafas arrumadas em prateleiras esquecidas. está frio e chove, esta chuva incessante que não nos abandona mais. ouço jazz enquanto escrevo. não este texto bloguiano (não sei se existe este termo, mas passa a existir no meu léxico, mas o dito texto historiográfico muito sério, entremeado por uma escrita em bate papo de gmail. evidentemente que nada saiu prejudicado, nem o texto sério e muito menos a ligeireza do bate papo. ah! o tm tocou umas quantas vezes e as mensagens chegaram também...são as novas tecnologias... às vezes pergunto-me como seria o escritório do jacinto do 203 dos Champs Elisées, paris, o jacintinho de Tormes, se em vez de habitar o século XIX e ser um dandy, fosse um metrossexual destes inícios do século XXI...
pois é...
hoje não li jornais, nem dei muita atenção às notícias... tenho pouco a comentar... se calhr muito, mas não me está a apetecer, por agora.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

a propósito de nada

Passa pouco das 14 horas de mais um dia chuvoso e frio deste inverno inclemente.
Janeiro j+a se foi e Fevereiro começou cinzento e triste.
Triste sobre todos os aspectos. O número de desempregados aumenta a um ritmo alucinante, as empresa desmoronam-se pior que baralhos de cartas em equilíbrio instável, a cimeira de davos não deu em nada (mas em que daria uma reunião que foi pensada no tempo do hiperliberalismo financeiro e económico e quando alguns pensavam que o modelo de desenvolvimento(?)e de organização ocidental, aquele eixo américa do norte/europa da CE, se alcatroaria em paradigma dominante e todos seriam mais felizes, mais ricos, mais "democratas" e quiçá mais gordos!),o encontro em Belém, no Brasil, também redundou em coisa nenhuma e o Obama não conseguiu convencer os republicanos da correcção das suas propostas (isto de tentar conciliar o irreconciliável, é bonito, é corajoso, mas nem sempre eficaz... possivelmente nem todos partilham do yes we can e as utopias, porque utopias mesmo, são louváveis quando proclamadas, nas caem pela base quando passam para a prática... mesmo assim continuo a acreditar no Obama e na sua força... não acredito é nas intenções dos outros e na politiquice mesquinha que grassa por todo o lado).
Este fevereiro amanheceu triste, não por culpa própria,é inverno, mas porque este verdete que nos tolhe trás ao de cima as coisas mais reles e mesquinhas do ser humano, muitas vezes transvestidas em arrobos de moralidade duvidosa.
Definitivamente estou farta do caso freeport, do presidente da republica, do pgr,da oposição que é frouxa e pouco inteligente, toda ela, toda ela, dos jornalistas histéricos, dos que fazem a opinião e manipulam as mentes dos maus incautos, daqueles que ainda dão algumas importância a essas parcas negras, mas também de um governo que tem sobre si e sobre o seu líder a espada de demóstenes.
Por favor! não me encharquem a caixa de mensagens como coisas de professores,pardalecos piu-piu, nem de cenas mais ou menos explícitas de sexo. Ó minhas amigas! eu a excêntrica fico completamente banzada com as porcarias que vos ocupam minutos dos dias e com o riso alarve que vislumbro nos vossos lábios artisticamente pintado cada vez que uma pilinha ou uns tintins, ou um viril rabo musculoso irrompe pelo ecran do pc. Tende paciência, mas não tenho pachorra para tal...
E nestes dias tristes, de trabalho solitário, de escrita historiográfica ao som de jazz (neste momento é Bessie Smith),sinto a falta do sol e de notícias um pouco mais felizes, o que, pressinto, é de todo impossível.
Mas, pela vida é que vamos... andemos então, não sei para onde...mas andemos