sábado, 31 de janeiro de 2009

sem título... para quê das etiquetas ao que vai surgindo

Estive quase todo o dia, com três incursões à pastelaria aqui do bairro, naquela escrita histpriográfica de que falava noutro dia.
Não sei o que se tem passado no país. se o caso freeport já teve mais desenvolvimentos, se em gaza cairam mais bombas lançadas pelos israelitas, hoje os tribunais estão fechados, por isso não há casa pis, nem esmeranda porto, nem a pequena joana algarvia ou a mãe cipriano. O marinho pinto não veio vociferar como justiceiro dos tempos modernos. não sei onde esteve o sócrates, o cavaco, o paulinho do cds, a tia manela, o jerómino ou o são francisquinho das esquerda. Não sei nada de nada. Não li o expresso, esqueci-me de comprar a tempo e horas o número 1000 do JL e já não o encontrei. Por hábito, desfolhei o público e li o editorial do jmfernandes e só ao fim consegui descortinar aquela pluma era desse outros justiceiro moralista ao serviço do tio belmiro. Fiz as palavras cruzadas, as simples e as complicadas, isto é, as com as marquinhas pretas e as outras, sem serem maculadas... Escrevi ao som de jazz e de blues... mandei uns emails, recebi outros e descobri que estou completamente desfazada de tudo. Este ano de sabática têm-me colocado numa redoma tal que há coisas que passam muito para lá de mim. Não sabia que as salas de professores também podiam se assim como uma espécie de tendas de ciganos, assim como uma feira de terça feira lá da cidade onde habitualmente resido. Mas parece que também é. Ora, as pessoas têm de fazer pela vida e a economia paralela é que alimenta esta coisa toda, não são os freeports e isso.
Pois é...desliguei o pc onde escrevo esse "fabuloso" texto historiográfico - não, não digo sobre que é - e, nesta solitária noite de sábado, ventosa e quase diluviana, tenho dois livros abertos, para lá daqueles que são fundamentais à escrita que tenho em mãos. Um de Luandino Vieira, escrita difícil, che! difícil mesmo! E fala do bairros dos Ingonbotas, do Quinaxixe, do muculusso... e o mercado do quinaxixe, essa pérola do modernismo português, só resta um buraco naquela esburacada cidade de Luanda, que se regenera, não sei se da melhor forma...Luanda, de terra vermelha, de clima inóspito, difícil... decrépita, suja, malcheirosa, mas fascinante. Eu gosto de coisas degradadas, das partes velhas, sombrias e em ruínas das cidades... têm patine, história, choros e risos, nascimentos e mortes, muito sexo... é só ver para lá das paredes que se desmoronam... Luanda tem mais do que isto, tem gente, muita gente, barulho, muito barulho,um trânsito isuportavelmente caótico, odores, milhares de odores que se entrechocam num ar poluído. E tem quilómetros de musseques, onde a vida vive no limite dos limites da sobrevivência ao lado da opulência mais abjecta, porque para uns terem tudo, os outros sobrevivem não sobrevivendo.
Sim, sim, o outro livro, uma obra do Francisco José Viegas, a morte no estádio, por acaso. É uma releitura... o homem escreve!... e aquele segundo ou terceiro capítulo sobre as relações amorosas ou não, carnais, isso sim, bela prosa dum erotismo elegante no meio de um livro que é muito mais do que um policial. O homem tem uma pena!... vale a pena ser lido, relido, sublinhado, saboreado... ´dá prazer ler páginas muito bem escritas, quando agora, todo o fiel farrapo é, ou quer ser, escritor e tem coisa publicadas.
Poesia não tenho lido, não...
Tenho a alma gelada, não sei se deste inverno que tem sido muito mais rigoroso do que em anos anteriores, se é deste estado de solidão em que me encontro mergulhada, se é da vida...
Não me apetece de todo ver notícias, falar sobre política, ter tiradas mais ou menos moralistas... é estúpido. Também deixo a política para a história que estudo e tento produzir... as coisas dos dias de hoje entendiam-me. Nesta globalização insana, não sei o que irá acontecer... desemprego em flecha ascendente, falência numa progressão geométrica, os lideres (nem os que não o são e pensam sê-lo,bem como os comuns dos mortais) sem perceberem como dar volta á situação. Nem o yes we can berrado por todos ao mesmo tempo nos conseguirá tirar do atoleiro a que três décadas de políticas neoliberais nos atiraram. Os velhos culpados de tudo isto hão-de passar à história como os que implementaram um modelo egoísta, pseudo meritocrático, irracional, explorador, o capitalismo levado ao terror, à cobiça, à irresponsabilidade, aos golpes mais baixos, tudo concretizado por gente muito digna, muito responsável, honorável até. Pois é, os nosso freeport, bcp, bpp, aquela sociedade de que o dias loureiro foi admistrador e até o sr presidente da cidade onde moro habitualmente, são meninos de coro, mero aprendizes de feiticeiros ao pé destes magos da embustice, da rapinagem, enfim, deste capitalismo feroz e selvagem que deveria ser copiado e exportado para todo o lado. Diziam esses "iluminados" dos neocon de má memórias. Agora que estamos todosa muito mais pobres, mas vivendo a realidade nua e crua, o que vai acontecer? Sou historiadora, ou pretendo ser, vá, não adivinha... as crises permitem a alteração de paradigmas. E esta?
ão

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