domingo, 8 de fevereiro de 2009

é domingo

Já estamos em tarde de domingo, dum domingo frio de Fevereiro, com muito nevoeiro e ameaça de chuva.
Precisávamos de sol , dum sol como o de ontem, gélido, mas brilhante, nesta cor pálida e intensa de Inverno.
Ora bem
Ontem e hoje o BE está em convenção... o são francisquinhos das esquerdas será novamente entronizado no altar laico da dita "esquerda revolucionária". Não tenho nada contra ela. também foi o meu poiso e, francamente, não sei se ainda é. Tem dias, tem aspectos, tem estratégias, tem formas de pensar... mas o BE cresceu depressa de mais (há dez anos o slogan era "o que é pequeno cresce...), envelheceu depressa de mais... institucionalizou-se tão instititucionalizado que tem tiques de um partido antigo... também a matriz é velha, anquilosada, o estalinismo não desapareceu de todo. Nem podia desarvorar... faz parte da genética da sua fundação, ou pelo menos de parte desses fundadores...
Eu não gosto do Louçã, ponto! não me convence, ponto! nunca me convenceu! não gosto daquela postura hierática, dum moralismo entediante, não fora de moda, mas entediante, muito glosado numa direita reaccionária e oportunista saudosista do ditador de sta comba dão, aqui desta beira alta onde habito.
Não gosto, ponto e nem sei se as questoes ditas fracturantes, são assim tão fracturantes (nome horrososo, a lembrar talas, gesso e muletas), ou fruto da lenta progressão das mentalidades, que não são nem de esquerda, nem de direita. são da vida.
Não gosto da direita reaccionária, beata, falsamente modesta, falsamente ordeira, falsamente moralista. Não gosto mesmo nada. Deixando marcas neste país de funcionarite aguda e de cunhas e cunhinhas para tudo e para nada, quer armar-se em pura virgem escandalizada...
Gosto a esquerda, gosto... mas duma esquerda bem mais libertária que a que está a fazer escola no BE.
Adiante...
Há gente constipada, com tosse, febre, espirros, a que um xarope de cenoura e um ponche quente com mel e pingos de limão estava mesmo a calhar.
Há gente a trabalhar, naquilo que lhe dá gosto, um gosto pleno.
Há gente a ter de trabalhar e a não conseguir
Há gente a querer trabalhar e a não poder porque o capitalismo diabólico das últimas décadas deu cabo de tudo (explicação mais do que primária, mas hoje não estou disposta a mais) para que bolsos dessa outra direita muito fina e urbana pudesse ficar cheios e cheios do suor dos outros fazer aplicações em negócios que nunca ninguém compreendeu, nem ela própria, tal era a pirâmide de imbecilidades que forjou.
Agora, nesta época de crise, pode ser que consigamos fazer da vida uma outra coisa...

E neste domingo frio e cinzento, vou preguiçar (jiboiar, dizem em Angola) para amanhã, num dia igual a este frio e cinzento, conseguir escrever o texto que me ocupa os dias.

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